segunda-feira, 15 de agosto de 2016

#Profissão Biólogo - áreas de atuação: Bioespeleologia

Bioespeleologia 

  

Biologia subterrânea é o ramo da biologia responsável pelo estudo dos organismos que têm nesse ambiente seu habitat. O termo mais utilizado é BIOESPELEOLOGIA, do grego bio + spélaion + logos (vida + caverna + estudo) caracterizado pela biocenose, ou seja, conjunto de organismos em interação em um determinado local e espaço de tempo.

Exemplo de troglóbio, pseudoescorpiao(Titanobochica magna); 

Os parâmetros ambientais de maior relevância para o estudo de organismos vivos no ambiente subterrâneo são:
  • Luminosidade, que está totalmente ausente nas zonas mais profundas.
  • Temperatura: pequena variação diária.
  • Umidade relativa do ar: sempre maior do que a média externa.
  • E o aporte de nutrientes, que normalmente é importado do meio epígeo.

Organismos fotossintetizantes geralmente são à base das teias alimentares, porém na ausência de luz, as bactérias quimiossintetizantes, pelo fato de serem capazes de gerar energia, agem como tal. Entretanto, sua produção líquida é muito menor não sendo capazes de suprir a carência energética total do local. Com isso, as principais fontes de alimento proveem do meio externo da caverna caracterizando-se em nutrientes carreados pelas águas; microrganismos carregados pelos ares; raízes profundas e matéria orgânica proveniente de animais comumente encontrados nas cavernas, mas que transitam no meio epígeo, como as fezes de morcego (guano) que serve de alimentos para pequenos animais e microrganismos.
Os habitats subterrâneos são determinados pela distância que estes se encontram do meio epígeo, havendo zoneamento diretamente relacionado ao gradiente térmico e a intensidade de luz verificada em cada região. Estas zonas condicionam ao longo do desenvolvimento da cavidade uma flora e uma fauna bastante diferenciadas, sendo distintas três zonas:
  • Zona eufótica ou entrada: região de contato entre os meio epígeo e hipógeo, com incidência direta de luz e amplitude térmica equivalente ao meio epígeo, geralmente com elevada diversidade biológica.
  • Zona disfótica ou de penumbra: incidência indireta de luz e flutuação térmica menor do que a zona de entrada, ainda apresenta alguns organismos fotossintetizantes.
  • Zona afótica ou escura: com total ausência de luz, normalmente com temperatura constante e umidade relativa próxima a saturação.

Os animais que habitam as cavernas apresentam diferentes graus de especializações a este ambiente. São considerados cavernícolas os organismos que passam pelo menos uma parte do seu ciclo de vida no ambiente subterrâneo, apresentando uma relação ecológica direta com esse meio. E segundo Holsinger e Culver (1998) são divididos em três categorias:
  • Trogloxenos: Animais não exclusivos de caverna, que não conseguem desenvolver todo o seu ciclo de vida no meio cavernícola e que buscam, neste ambiente, abrigo contra os rigores climáticos, proteção contra predadores e local para reprodução. São exemplos morcegos, aves e sapos.
  • Troglófilos: animais cavernícolas facultativos, não exclusivos do meio cavernícola, mas que podem desenvolver todo seu ciclo de vida nas cavernas. São ecologicamente adaptados ao meio de vida subterrâneo podendo ou não sofrer alterações fisiológicas, comportamentais ou  morfológicas. São exemplos as aranhas, opiliões, diplopodas e diversos insetos.
  • Troglóbios: espécies restritas ao meio subterrâneo devido às especializações adquiridas ao longo da evolução, geralmente em isolamento geográfico nesse ambiente. As especializações podem ser  fisiológicas, comportamentais e principalmente morfológicas, conhecidas como troglomorfismos. As mais conhecidas e evidentes na grande maioria dos troglóbios são redução ou perda total dos olhos, redução ou perda total da pigmentação, órgãos sensoriais maiores, dieta generalista e metabolismo baixo.



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